Escola Francisco de Holanda
A criação de escolas industriais decorre do decreto de 20 de dezembro de 1864, de João Crisóstomo, Ministro das Obras Públicas, que contemplava a reforma dos institutos industriais de Lisboa e do Porto e a imediata criação de escolas industriais em Guimarães, Covilhã e Portalegre. Nestas escolas, o ensino ministrado compreenderia um ramo geral, com quatro cadeiras (aritmética, álgebra e contabilidade; geometria elementar; princípios de química e física e noções de mecânica; desenho) e um ramo especializado, adaptado às indústrias locais dominantes, sendo ministrado em fábricas ou oficinas.
As escolas industriais aprovadas em 1864 nunca saíram no papel.
A criação da Sociedade Martins Sarmento assinala um momento de viragem na história de Guimarães e na atitude dos vimaranenses perante os poderes instituídos. Em 1884, aquando da Exposição Industrial de Guimarães, promovida pela SMS, foi dada voz à exigência da reparação de uma injustiça: a publicação, início daquele ano, de um decreto que pretendia instituir uma escola industrial na Covilhã e oito escolas de desenho industrial em diferentes localidades, ignorando Guimarães.
O pedido de criação de uma escola industrial em Guimarães seria secundado por outras instituições vimaranenses. Nos jornais, o debate foi aceso e os argumentos mais sólidos e fundamentados a favor da criação da escola industrial em Guimarães foram desenvolvidos por Avelino da Silva Guimarães.
No dia 22 de março de 1884, durante a discussão do Orçamento de Estado na Câmara dos Deputados, Mariano de Carvalho propôs que fosse incluída no orçamento das obras públicas uma verba destinada à criação de escolas de desenho industrial em Guimarães e em Portalegre, a que uma proposta da Comissão do Orçamento acrescentaria mais duas, a instalar em Tomar e em Torres Novas. Guimarães agradeceu, mas pretendia mais, já que uma escola de desenho industrial não era a escola industrial que reclamava. O relatório sobre a Exposição Industrial, redigido e remetido ao governo pelo diretor do Instituto Industrial do Porto, reforçou a exigência de uma escola industrial
A Escola Industrial de Guimarães seria criada no dia 3 de dezembro de 1884. Dois dias depois, foi batizada como Escola Industrial Francisco de Holanda. Começou a funcionar, ainda como escola de desenho industrial, no dia 14 de Janeiro de 1885, na casa do visconde de Pindela, no largo Martins Sarmento, enquanto não ficavam prontas as instalações onde se iria instalar, na rua Paio Galvão. Começou com 104 alunos e um professor, António Augusto da Silva Cardoso. Entre os primeiros alunos, estava um filho do professor Cardoso, Abel, à altura com 8 anos de idade e que viria a ser professor e diretor da escola. A sua inauguração oficial, como escola industrial, aconteceu no dia 1 de fevereiro de 1886, coincidindo com a tomada de posse do seu primeiro diretor, o médico Joaquim José de Meira.
Os anos que se seguiram seriam marcados por promessas grandiosas e investimentos vultuosos na compra do terreno no campo do Proposto, no projeto e início de construção de um edifício de dimensões ambiciosas, na aquisição de maquinaria, materiais didáticos, álbuns e livros que refletiam o que de mais avançado havia por aqueles dias em matéria de ensino profissional, na contratação de professores estrangeiros para ensino das matérias mais técnicas. Investimentos que, por força de erros de projeto, de sucessivas alterações legislativas e, finalmente, da crise financeira em que o país mergulhou a partir dos primeiros anos da década de 1890, não produziram o resultado desejado. As oficinas para o ensino prático não foram montadas e grande parte do equipamento adquirido acabaria em sucata, sem que tenha sido utilizado. Quando o século XIX chegou ao fim, a Escola Industrial continuava a ser uma promessa adiada, sendo pouco mais do que uma escola de desenho industrial. No entanto, em larga medida por força dos seus professores, homens de grande cultura e que não ficavam de braços caídos perante as dificuldades, a Escola Industrial Francisco de Holanda cumpriu, desde os seus primeiros dias, um papel insubstituível na formação de sucessivas gerações de vimaranenses.
Entre 1901 e 1910, a escola funcionará, em condições muito precárias, no edifício inacabado do Proposto. No início do ano letivo de 1910-1911, instalou-se na casa amarela da rua de Santa Maria, situada na esquina com o terreiro de Santa Clara, onde permaneceria até 1914, ano em que passou a partilhar o antigo convento com o Liceu e o Internato Municipal. Em 1923, fixou-se definitivamente no edifício do Proposto, que ainda andaria em obras até ao final daquela década.
Por decreto de 21 de novembro de 1924, foi a Francisco de Holanda transformada em Escola Industrial e Comercial, coincidindo com a criação do curso comercial, que começou a funcionar no ano letivo de 1925-26. No início da década de 1930, a oferta formativa da escola era composta pelos cursos de tecelão debuxador, bordadora e comércio e pelos cursos práticos de caligrafia, dactilografia e estenografia. Vinte anos mais tarde, ministrava o ciclo preparatório e os cursos geral do comércio, de aprendizagem do comércio, de aperfeiçoamento do comércio, de tecelagem, de fiandeiro, de canteiro, de serralheiro e de costura e bordados.
Em outubro de 1955, foi divulgado o projeto para a construção do novo edifício, que iria fazer nascer a escola técnica com maior superfície coberta do país. Do edifício original, apenas se manteriam as oficinas, que seriam requalificadas. A inauguração aconteceu em 1959.
Após o 25 de Abril de 1974, com a criação do ensino unificado, a Escola Comercial e Industrial de Guimarães foi transformada em Escola Secundária, recuperando o nome do seu patrono, Francisco de Holanda. Ao entrar na passagem da primeira para a segunda década do século XXI, o seu edifício foi objeto de profundas obras de requalificação, no âmbito do Programa de Modernização do Parque Escolar, com projeto do arquiteto José Gigante.
Em 2013, tornou-se sede do Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda.
Projeto Educativo
A criação de escolas industriais decorre do decreto de 20 de dezembro de 1864, de João Crisóstomo, Ministro das Obras Públicas, que contemplava a reforma dos institutos industriais de Lisboa e do Porto e a imediata criação de escolas industriais em Guimarães, Covilhã e Portalegre. Nestas escolas, o ensino ministrado compreenderia um ramo geral, com quatro cadeiras (aritmética, álgebra e contabilidade; geometria elementar; princípios de química e física e noções de mecânica; desenho) e um ramo especializado, adaptado às indústrias locais dominantes, sendo ministrado em fábricas ou oficinas.
As escolas industriais aprovadas em 1864 nunca saíram no papel.
A criação da Sociedade Martins Sarmento assinala um momento de viragem na história de Guimarães e na atitude dos vimaranenses perante os poderes instituídos. Em 1884, aquando da Exposição Industrial de Guimarães, promovida pela SMS, foi dada voz à exigência da reparação de uma injustiça: a publicação, início daquele ano, de um decreto que pretendia instituir uma escola industrial na Covilhã e oito escolas de desenho industrial em diferentes localidades, ignorando Guimarães.
O pedido de criação de uma escola industrial em Guimarães seria secundado por outras instituições vimaranenses. Nos jornais, o debate foi aceso e os argumentos mais sólidos e fundamentados a favor da criação da escola industrial em Guimarães foram desenvolvidos por Avelino da Silva Guimarães.
No dia 22 de março de 1884, durante a discussão do Orçamento de Estado na Câmara dos Deputados, Mariano de Carvalho propôs que fosse incluída no orçamento das obras públicas uma verba destinada à criação de escolas de desenho industrial em Guimarães e em Portalegre, a que uma proposta da Comissão do Orçamento acrescentaria mais duas, a instalar em Tomar e em Torres Novas. Guimarães agradeceu, mas pretendia mais, já que uma escola de desenho industrial não era a escola industrial que reclamava. O relatório sobre a Exposição Industrial, redigido e remetido ao governo pelo diretor do Instituto Industrial do Porto, reforçou a exigência de uma escola industrial
A Escola Industrial de Guimarães seria criada no dia 3 de dezembro de 1884. Dois dias depois, foi batizada como Escola Industrial Francisco de Holanda. Começou a funcionar, ainda como escola de desenho industrial, no dia 14 de Janeiro de 1885, na casa do visconde de Pindela, no largo Martins Sarmento, enquanto não ficavam prontas as instalações onde se iria instalar, na rua Paio Galvão. Começou com 104 alunos e um professor, António Augusto da Silva Cardoso. Entre os primeiros alunos, estava um filho do professor Cardoso, Abel, à altura com 8 anos de idade e que viria a ser professor e diretor da escola. A sua inauguração oficial, como escola industrial, aconteceu no dia 1 de fevereiro de 1886, coincidindo com a tomada de posse do seu primeiro diretor, o médico Joaquim José de Meira.
Os anos que se seguiram seriam marcados por promessas grandiosas e investimentos vultuosos na compra do terreno no campo do Proposto, no projeto e início de construção de um edifício de dimensões ambiciosas, na aquisição de maquinaria, materiais didáticos, álbuns e livros que refletiam o que de mais avançado havia por aqueles dias em matéria de ensino profissional, na contratação de professores estrangeiros para ensino das matérias mais técnicas. Investimentos que, por força de erros de projeto, de sucessivas alterações legislativas e, finalmente, da crise financeira em que o país mergulhou a partir dos primeiros anos da década de 1890, não produziram o resultado desejado. As oficinas para o ensino prático não foram montadas e grande parte do equipamento adquirido acabaria em sucata, sem que tenha sido utilizado. Quando o século XIX chegou ao fim, a Escola Industrial continuava a ser uma promessa adiada, sendo pouco mais do que uma escola de desenho industrial. No entanto, em larga medida por força dos seus professores, homens de grande cultura e que não ficavam de braços caídos perante as dificuldades, a Escola Industrial Francisco de Holanda cumpriu, desde os seus primeiros dias, um papel insubstituível na formação de sucessivas gerações de vimaranenses.
Entre 1901 e 1910, a escola funcionará, em condições muito precárias, no edifício inacabado do Proposto. No início do ano letivo de 1910-1911, instalou-se na casa amarela da rua de Santa Maria, situada na esquina com o terreiro de Santa Clara, onde permaneceria até 1914, ano em que passou a partilhar o antigo convento com o Liceu e o Internato Municipal. Em 1923, fixou-se definitivamente no edifício do Proposto, que ainda andaria em obras até ao final daquela década.
Por decreto de 21 de novembro de 1924, foi a Francisco de Holanda transformada em Escola Industrial e Comercial, coincidindo com a criação do curso comercial, que começou a funcionar no ano letivo de 1925-26. No início da década de 1930, a oferta formativa da escola era composta pelos cursos de tecelão debuxador, bordadora e comércio e pelos cursos práticos de caligrafia, dactilografia e estenografia. Vinte anos mais tarde, ministrava o ciclo preparatório e os cursos geral do comércio, de aprendizagem do comércio, de aperfeiçoamento do comércio, de tecelagem, de fiandeiro, de canteiro, de serralheiro e de costura e bordados.
Em outubro de 1955, foi divulgado o projeto para a construção do novo edifício, que iria fazer nascer a escola técnica com maior superfície coberta do país. Do edifício original, apenas se manteriam as oficinas, que seriam requalificadas. A inauguração aconteceu em 1959.
Após o 25 de Abril de 1974, com a criação do ensino unificado, a Escola Comercial e Industrial de Guimarães foi transformada em Escola Secundária, recuperando o nome do seu patrono, Francisco de Holanda. Ao entrar na passagem da primeira para a segunda década do século XXI, o seu edifício foi objeto de profundas obras de requalificação, no âmbito do Programa de Modernização do Parque Escolar, com projeto do arquiteto José Gigante.
Em 2013, tornou-se sede do Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda.
Projeto Educativo